O que é infertilidade masculina e como saber se sou infértil
Geralmente, ter um bebê é uma experiência natural. No entanto, para alguns casais, pode ser difícil conceber um filho. Muitas vezes, esse problema pode estar atrelado à infertilidade masculina. Mas por que ela ocorre? Como saber se de fato você é infértil? Continue a leitura deste post para sanar todas as dúvidas sobre o problema!
O que é a infertilidade masculina?
A infertilidade como um todo é um fenômeno universal que atinge entre 10% e 15% dos casais, independentemente da origem cultural ou social. No entanto, quando se trata de fator masculino, ela pode representar cerca de 30% de infertilidade entre os casais. Segundo a American Society for Reproductive Medicine (Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva), a infertilidade é considerada uma doença do sistema reprodutor, cujas funções não se encontram em estado normal.
Habitualmente, a infertilidade masculina é constatada após um período de 12 meses de tentativas falhas de concepção, quando o casal, ao longo desse período, manteve relações sexuais sem a utilização de métodos contraceptivos. Durante muito tempo, tal situação era relacionada como um problema feminino e pouco se falava sobre a infertilidade masculina.
A fertilidade do homem depende da quantidade e da qualidade de seu esperma. Em geral, se o número de espermatozoides ejaculado for baixo ou se os espermatozoides forem de má qualidade, será difícil e até impossível engravidar, em alguns casos.
Casais que estejam tentando engravidar sem sucesso há 12 meses e tenham mantido relações sexuais por pelo menos duas vezes na semana, devem visitar um médico. É aconselhável que homens e mulheres sejam testados para problemas reprodutivos ao mesmo tempo.
O que ocorre em condições normais?
O sistema reprodutor masculino produz, armazena e transporta células chamadas “espermatozoides”, e cabe aos hormônios controlar isso. O esperma e o hormônio sexual masculino – testosterona – são produzidos nos dois testículos.
Durante a ejaculação, o esperma se mistura ao fluido da próstata e das vesículas seminais formando o sêmen. O sêmen, então, viaja pela uretra e sai do pênis no ato sexual. Pois bem, a fertilidade masculina depende de o corpo produzir espermatozoides normais e expeli-los corretamente. No ato sexual, o esperma se locomove pelo colo do útero até as trompas uterinas. Lá, se um espermatozoide e um óvulo se encontram, há a fertilização.
No entanto, todo esse sistema só funciona quando os genes, os níveis hormonais e as condições ambientais são adequadas. Do contrário, surge a infertilidade masculina.
Quais são as principais causas da infertilidade masculina?
A infertilidade pode ser causada por disfunções que afetem a produção de espermatozoides ou como o esperma se desloca. É possível que alguns exames médicos ajudem a descobrir a causa do problema.
Aproximadamente dois terços dos homens inférteis produzem baixo número de espermatozoides e/ou produzem espermatozoides que não funcionam corretamente. Um em cada cinco homens inférteis apresenta outros problemas físicos, incluindo os que fizeram vasectomia, mas desejam naquele momento ter filhos.
Alguns dos fatores que levam o homem à infertilidade podem ser divididos em: pré-testiculares (genético, hormonal), testiculares (varicocele, infeccioso, criptorquidia) ou pós-testiculares (obstrutivos imunológicos). Veja só do que se trata cada caso:
– Pré-testiculares
Trata-se de alterações hormonais (muitas vezes comuns no organismo). No entanto, quando um ciclo hormonal está em desequilíbrio, isso pode acarretar falhas e até a não produção de espermatozoides. Normalmente, isso se dá>em 5% dos casos.
Além disso, algumas condições genéticas podem levar à infertilidade masculina que ocorre também em torno 5% dos casos.
– Testiculares
Já em casos testiculares, temos alguns exemplos, como a varicocele, que consiste na dilatação anormal das veias espermáticas (ocorrendo entre 20% e 40% dos casos).
Outro exemplo é quando há infecções causadas por infecções sexualmente transmissíveis (IST), visto que causam inflamação nos genitais internos, podendo levar a complicações e, consequentemente, à infertilidade (pode ocorrer em 15% dos casos).
Outro caso testicular é a criptorquidia, ou seja, anomalia definida como a inexistência do testículo na bolsa escrotal por causa da não descida do testículo para o escroto (5% a 10% dos casos de infertilidade masculina).
– Pós-testicular
Quando se trata de fatores obstrutivos, o que se dá é o não desenvolvimento dos ductos deferentes (canais importantes que permitem o transporte dos espermatozoides do testículo à uretra). Além disso, a infertilidade masculina nesse caso pode ter relação com processos inflamatórios e/ou infecciosos, que impedem a ejaculação dos espermatozoides (atinge cerca de 10% dos casos de infertilidade masculina).
Outras causas menos comuns de infertilidade incluem:
- Problemas sexuais que afetam a capacidade do sêmen de entrar na vagina (um em cada 100 casais inférteis).
- Baixos níveis de hormônios produzidos na glândula pituitária, que nada mais é que um controlador de hormônio no cérebro, que pode afetar os testículos (um em cada 100 homens inférteis).
- Anticorpos de esperma: são algumas proteínas que lutam contra o esperma, encontrados em um em cada 16 homens inférteis. Na maioria dos homens, os anticorpos do esperma não afetam a chance de gravidez, mas podem reduzir sua fertilidade.
- Às vezes, a infertilidade masculina é simplesmente genética.
Diagnóstico e tratamento
Antes de mais nada, você pode estar se perguntando se a infertilidade masculina apresenta sintomas. Na maioria dos casos, não há sinais óbvios de infertilidade masculina. Normalmente, você não terá dificuldade com a atividade sexual, com a ereção e com a ejaculação, e seu sêmen parecerá normal a olho nu. Daí a importância de realizar exames periódicos com o propósito de ajudar a descobrir a causa da infertilidade.
O diagnóstico da infertilidade em si, tanto em mulheres quanto em homens, deve ser baseado em exames específicos. Os exames básicos para avaliação do homem infértil são: espermograma, exames gerais, hormonais, ultrassom e genéticos. Esses exames poderão detectar infecções, problemas nas glândulas sexuais acessórias e doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), dependendo da avaliação clínica. Outro ponto importante é observar também o histórico familiar do paciente visando identificar a possibilidade de patologia heredo familiar.
É possível tratar a infertilidade masculina?
Há diversas possibilidades de tratamento de acordo com a causa da infertilidade. Existem patologias que podem ser tratadas com ajustes hormonais.Em outros casos, há a possibilidade de indicação de tratamento cirúrgico; por isso, só um especialista estará apto a recomendar o melhor para cada situação.
Outra opção viável é a Criopreservação. Ela pode ser uma saída para homens que estejam no processo de infertilidade, mas ainda pretendem ter uma família no futuro. A Criopreservação tem como objetivo garantir o potencial fértil de homens que vão se submeter a procedimentos que possam comprometer a fertilidade, como aquimioterapia e a radioterapia.
A Criopreservação é uma técnica de congelamento de óvulos, tecido ovariano, espermatozoides, tecido testicular ou embriões, com o objetivo de usá-los no futuro. Homens que podem ser submetidos a uma terapia que represente risco à fertilidade devem ser aconselhados a consultar um urologista.
É o especialista quem está apto a orientar a respeito dos próximos passos a serem tomados e a auxiliar no processo de Criopreservação, caso esse seja recomendado, e o paciente deseje realizar a técnica.
Por fim, a infertilidade masculina é tratável, em muitos casos. Estudos indicam que um em cada oito homens inférteis apresenta uma doença tratável. Sendo assim, após o tratamento, os casais podem engravidar naturalmente.
Especialistas também recomendam como forma de prevenção evitar álcool em excesso, tabagismo, estresse e ansiedade, esteroides anabolizantes tomados para musculação ou fins esportivos, dentre outros, uma vez que esses muitas vezes prejudicam a produção de esperma.
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