Outubro Rosa para gestantes: cuidados com o câncer de mama durante a gravidez
Você provavelmente conhece alguém que já teve câncer de mama, não é mesmo? O câncer de mama é um dos três tipos de câncer mais comuns no mundo – junto do câncer de pulmão e do colorretal – e o que mais afeta as mulheres, segundo a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC). Em 2019, foram estimados, pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), 59.700 casos novos, isto é, taxa de incidência de 51,29 casos por 100 mil mulheres. Embora, quando diagnosticado em seus estágios iniciais, o câncer de mama apresente altas chances de cura, a doença vem registrando curva ascendente de mortalidade e é, atualmente, a maior causa de morte entre mulheres por câncer.
Por isso, conhecer a doença e falar sobre prevenção é fundamental. Criada no início dos anos 1990 pela Fundação Susan G. Komen for the Cure, a Campanha Outubro Rosa é uma das formas de disseminar informação de qualidade e promover a conscientização do assunto. Nos últimos anos, o mês ganhou ainda mais abrangência e atualmente é dedicado à saúde feminina de forma geral, provocando debates, eventos e iniciativas com foco na prevenção e no esclarecimento sobre tratamentos às doenças mais comuns nas mulheres.
Aproveitando a data, neste post vamos falar sobre as formas de prevenção à doença e quais os cuidados especiais devem ser tomados com o câncer de mama durante a gravidez. Confira!
Câncer de mama: prevenção e diagnóstico precoce salvam vidas
Redução do risco e prevenção são palavras-chave quando o assunto é câncer de mama. E não é exagero dizer que tal comportamento salva vidas: de acordo com o INCA, é possível reduzir em até 28% as chances de ter câncer de mama com a adoção de um estilo de vida saudável. Além disso, com base em um diagnóstico precoce, as chances de cura podem chegar a 90%. A seguir, mostramos os principais cuidados que você pode adotar desde já para evitar a doença.
Redução de risco
Fatores genéticos e de idade (a maior incidência começa a partir dos 40 anos) influenciam significativamente no surgimento dos casos, mas alguns comportamentos podem contribuir com a redução do risco. Segundo o Instituto, são eles:
>> Manter peso adequado.
>> Praticar atividades físicas com regularidade.
>> Evitar ingestão de bebidas alcoólicas.
>> Evitar cigarro.
>> Evitar exposição frequente ao raio-X.
Prevenção
O câncer de mama pode ser percebido ainda em seu estágio inicial, por meio do aparecimento de algumas alterações morfológicas na mama e na região. Vejamos:
>> Nódulo fixo e geralmente indolor: é a principal manifestação da doença, presente em cerca de 90% dos casos, quando o câncer é notado pela própria mulher.
>> Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja.
>> Alterações nos mamilos.
>> Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço.
>> Saída de líquido anormal pelos mamilos.
Por isso, observar a mama, sempre que possível e quando for confortável, é uma das ferramentas mais simples e eficazes que a mulher possui de se prevenir do câncer de mama. Olhar o formato dos seios no espelho ou durante o banho é importante para se conhecer e perceber qualquer alteração que fuja à normalidade.
Além da observação, o autoexame é recomendado por especialistas a todas as mulheres, a partir dos 20 anos. Ele pode ser realizado em pé ou deitada, sempre sete dias após o início da menstruação, seguindo as seguintes recomendações:
Em pé:
>> Observe-se no espelho com os braços para baixo e relaxados.
>> Coloque as duas mãos na cintura e faça força.
>> Posicione as mãos atrás da cabeça e observe o formato dos mamilos.
>> Pressione o mamilo e observe se há alguma secreção.
>> Apoie o braço esquerdo sobre a cabeça.
>> Examine a mama esquerda com a mão direita, apalpando-a.
>> Faça movimentos circulares com a ponta dos dedos e examine cada seção da mama.
>> Repita o procedimento com a mama direita.
Deitada:
>> Coloque uma toalha ou um pano dobrado sob o ombro direito.
>> Examine a mama direita com a mão esquerda, apalpando-a.
>> Apalpe a metade externa da mama e as axilas.
>> Repita o mesmo procedimento com a mama esquerda.
Além do autoexame, a partir dos 40 anos a mulher deve realizar, anualmente, o exame de mamografia. Caso haja histórico de câncer de mama na família, a recomendação é começar mais cedo de acordo com o aconselhamento familiar ou se for identificada alguma alteração por meio do autoexame.
Cuidados com o câncer de mama durante a gravidez
Uma das notícias boas para quem planeja engravidar ou está grávida é que a amamentação é um dos fatores que contribuem com a prevenção da doença. Mas o autoexame ainda é recomendado? É seguro fazer mamografia durante a gravidez? Quais cuidados especiais você deve tomar visando prevenir ou tratar um câncer de mama durante a gravidez? Se essas também são algumas das suas dúvidas, continue a leitura e descubra a seguir.
Prevenção ao câncer de mama durante a gravidez
Mulheres grávidas devem manter, sim, a rotina de cuidados preventivos, com algumas alterações durante esse período. O autoexame, por exemplo, deve ser feito desde o início da fase de pré-natal, já que ocorre de possíveis alterações ser mais difíceis de ser percebidas no final da gestação ou durante a amamentação. Ele deve ser feito da mesma maneira, como explicamos acima.
Segundo a oncologista clínica do Oncocentro, em Belo Horizonte, e membro titular da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, doutora Aline Chaves Andrade, a mamografia de rotina deve ser postergada durante a gravidez, mas, se necessária para investigação de alguma lesão suspeita, pode ser realizada durante uma gestação, sem prejuízo à mãe ou ao feto. No entanto, esse não é o exame mais eficaz durante o período, uma vez que há alteração na densidade da mama. Como alternativa, ela sugere que sejam feitos o ultrassom ou a ressonância de mama, caso haja suspeita de câncer de mama durante a gravidez. “O mais importante é não deixar de fazer exames nos casos de lesões suspeitas sob o pretexto da gestação ”, acrescenta.
Câncer de mama durante a gravidez: impacto dos tratamentos
Como agir se o câncer de mama foi diagnosticado antes ou no início da gravidez? Segundo a doutora Aline Andrade, a doença raramente inviabiliza a gestação. “Mesmo quando diagnosticado em estádios avançados, a quimioterapia pode ser feita com a intenção de controlar o câncer até o nascimento do feto”, explica. Assim, o câncer de mama pode ser tratado e seguir junto da gestação na maioria dos casos. “A gestação não pode ser motivo para não tratar o câncer e vice-versa”, completa a oncologista.
Em relação às mulheres que já concluíram o tratamento de câncer de mama e desejam engravidar ou estão grávidas, as notícias também são boas. Não há contraindicações, sendo a gestação segura, nesses casos. “Mas se a paciente fará uso do tratamento com hormonioterapia oral, esse pode ser interrompido em alguns casos em acordo com o médico, caso a paciente não possa esperar seu término”, adverte a doutora Aline. É importante lembrar que, se fez quimioterapia durante a gestação e continuará o tratamento após o nascimento do bebê, a grávida não deverá amamentar, para que o medicamento não seja excretado no leite materno.
Se você está em tratamento para o câncer de mama e planeja engravidar, é importante saber que outro efeito colateral da quimioterapia também pode ser a redução da fertilidade. Por isso, a médica aconselha a consultar um especialista em fertilidade antes do tratamento oncológico, com o propósito de avaliar a coleta de óvulos ou de embriões antes do tratamento.
As informações sobre câncer de mama durante a gravidez foram úteis pra você? A fim de continuar cuidando da sua saúde e da saúde de seu bebê durante a gestação, baixe nosso e-book gratuito com uma lista de todas as vacinas e exames que devem ser realizados nesse período tão especial da vida da mulher. Boa leitura!