Diabetes gestacional: entenda o que é e como controlar
Durante a gravidez, o corpo da mulher passa por diversas modificações. Muito em razão das variações hormonais que acontecem na gestação a fim de preparar o corpo feminino para gerar e nutrir uma vida em formação. Buscando garantir que o feto tenha um bom desenvolvimento, o corpo feminino possui alguns mecanismos que podem ser acionados em determinadas situações.
Como forma de compensar o aumento do consumo de carboidratos no decorrer da gestação, o pâncreas produz insulina em níveis maiores, objetivando controlar os níveis glicêmicos no organismo. Quando isso não ocorre, a mulher pode ser diagnosticada com o que chamamos de “diabetes gestacional”.
A seguir, vamos entender melhor mais essa condição, quais são seus sintomas, formas de tratamento e os cuidados que devem ser tomados pela gestante para evitar a diabetes gestacional.
O que é diabetes
A diabetes é uma doença caracterizada pela má absorção ou falta de insulina no organismo, hormônio responsável pela transformação da glicose em energia. Essa condição pode ser provocada por fatores genéticos ou por maus hábitos alimentares, acarretando diversas consequências ao organismo.
Os 3 tipos mais comuns da diabetes é o tipo 1, caracterizado pela baixa ou inexistente produção de insulina; a tipo 2, caracterizada pela resistência do corpo à insulina; e a diabetes gestacional, condição que pode acontecer durante a gravidez.
O que é diabetes gestacional
Por volta do terceiro trimestre da gravidez, a necessidade de ingerir carboidratos para que o bebê tenha bom desenvolvimento aumenta. Com isso, o pâncreas precisa produzir insulina em uma quantidade maior, a fim de controlar a quantidade de açúcar no sangue.
No entanto, alguns hormônios produzidos pela placenta podem aumentar a resistência do organismo à insulina, ocasionando o aumento do índice glicêmico. A diabetes gestacional ocorre quando o pâncreas não consegue produzir insulina o suficiente para superar essa resistência à insulina.
Sintomas da diabetes gestacional
A diabetes gestacional costuma ser assintomática. Quando há sintomas, eles são leves e geralmente muito próximos às modificações no corpo que se dão durante a gravidez, como:
- sede e boca seca
- ganho de peso
- cansaço excessivo
- aumento na vontade de urinar
- náuseas
- aumento de apetite
Os riscos da diabetes gestacional
A diabetes gestacional pode provocar o aumento de peso no bebê, assim como o desenvolvimento de algumas doenças como a síndrome metabólica, icterícia ou influenciar na absorção de vitaminas e minerais, como cálcio, magnésio e potássio. Além disso, pode ocasionar parto prematuro, complicações durante o parto ou até mesmo a perda do bebê.
Fatores que indicam maior risco de contrair diabetes gestacional
Gestantes acima de 45 anos, mulheres com sobrepeso ou obesidade ou diagnosticadas com hipertensão, doenças cardiovasculares, colesterol alto, síndrome do ovário policístico ou com alguma condição médica relacionada à resistência à insulina possuem risco maior de desenvolver a diabetes gestacional.
Além disso, histórico de abortos de repetição, crescimento fetal excessivo, malformações e baixa estatura na idade adulta também podem indicar risco maior para a doença.
O que a diabetes gestacional pode causar no bebê
Com altos índices de sangue no organismo, a mãe pode acabar passando, através do cordão umbilical, uma quantidade exagerada de açúcar para o bebê, ocasionando aumento de peso, assim como produção alta de insulina. Isso pode aumentar o risco de prematuridade do bebê, a hipertrofia das células do pâncreas (capazes de sintetizar e de excretar insulina, regulando os níveis de glicose no sangue), o que pode levar, por sua vez, a um quadro de diabetes e obesidade neonatal, ou seja, no recém-nascido.
A diabetes gestacional muitas vezes também compromete o bom funcionamento dos pulmões, aumentando o risco de o bebê desenvolver a Síndrome do Desconforto Respiratório (SDR), e provocar riscos durante o parto, já que, ao cortar o cordão umbilical, a quantidade de açúcar fornecida para a criança é interrompida, provocando hipoglicemia.
Diagnóstico de diabetes gestacional
Como a doença apresenta pouco ou nenhum sintoma e exige a identificação da condição logo no começo, o diagnóstico é feito por meio de um sistema de rastreamento. Os primeiros cuidados começam no acompanhamento pré-natal. De modo geral, o obstetra faz um acompanhamento próximo com a gestante, testando seus níveis glicêmicos, atento a qualquer sinal de hiperglicemia que possa indicar possível diabetes gestacional. Logo no início da gestação, deve ser realizado o exame de glicemia em jejum, e entre a 24ª e a 28ª semana, a gestante deve se submeter ao Teste Oral de Tolerância a Glicose (TOTG).
É importante ressaltar que nem toda mulher com hiperglicemia durante a gestação é diagnosticada com diabetes gestacional. Existem até casos de mulheres com diabetes tipo 2 que foram diagnosticadas durante a gravidez.
Como controlar a diabetes gestacional
O tratamento da diabetes gestacional é voltado para evitar o aumento de peso e controlar os níveis glicêmicos. Com isso, é fundamental que a mulher modifique sua dieta e adote uma rotina de exercícios. Apenas se essas medidas não surtirem resultado é que o médico vai iniciar o tratamento com insulina, que é segura para gestantes.
Dieta para diabetes gestacional
A dieta para mulheres diagnosticadas com diabetes gestacional deve ser rica em verduras e alimentos com menores taxas de açúcar, com baixa carga glicêmica e enriquecida em fibras. Os carboidratos não podem ser cortados do cardápio, uma vez que são fundamentais para o desenvolvimento do bebê, mas a dieta deve, sim, ser reduzida no teor de carboidratos (em média de 40% a 45% inferior).
Por isso, é aconselhado o consumo de carboidratos complexos, que possuem baixo índice glicêmico, como alimentos integrais, sementes, cereais, batata-doce, mandioca, dentre outros. Os carboidratos simples devem ser evitados, como açúcar, mel, chocolate, refrigerante, arroz branco, batata e certos tipos de fruta, como abacaxi, banana e melancia. Carnes podem ser consumidas, optando pelas que possuem menos gordura, assim como os derivados do leite.
Outra recomendação é evitar o BPA, presente em alguns plásticos e resinas, por exemplo, por ser um disruptor endócrino, e evitar também a ingestão de gorduras saturadas e trans. Em relação à suplementação, ômega 3, vitamina D, magnésio, zinco e selênio têm mostrado resultados positivos na redução dos riscos e no controle da diabetes gestacional. Mas, claro, o organismo de cada mulher funciona de uma maneira própria e tem demandas específicas. Por isso, é sempre recomendado que sejam realizados exames e acompanhamento periódico com um médico especialista.
A diabetes gestacional é apenas uma das doenças às quais a mulher deve ficar atenta durante a gravidez. Objetivando obter informações com vistas a ter uma gestação mais tranquila e saudável para você e para o bebê, baixe gratuitamente nosso e-book com um Guia Completo sobre Vacinas e Exames para Gestantes. Boa leitura!