O que é quimioterapia e como ela funciona
Descobrir um diagnóstico de câncer nunca é uma notícia fácil. Segundo a estimativa mais recente, de 2018, a doença atingiu 18 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo os cânceres de pulmão e de próstata os mais comuns entre os homens, e os de mama e de cólon e reto os mais comuns entre as mulheres.
Mas, para quem está prestes a enfrentar um tratamento, as perspectivas são cada vez mais reconfortantes: com a evolução das pesquisas e das tecnologias médicas, os tratamentos ficam cada vez menos invasivos e mais assertivos, com menos efeitos colaterais. Esse é o caso da quimioterapia, uma das mais conhecidas formas de combate ao câncer.
Se você ou algum membro da sua família recebeu um diagnóstico de câncer, entenda o que é a quimioterapia e como ela funciona. Com essas informações, você se sentirá mais seguro para passar por esse período delicado.
Quais são os tratamentos possíveis para o câncer?
Quando se descobre um tumor maligno, existem algumas terapias que podem ser administradas para buscar tratamento ou a cura. Exemplos: quimioterapia, radioterapia, cirurgia ou transplante de medula óssea. A decisão em relação a qual terapia será utilizada é feita pelo médico oncologista ou pelo hematologista, de acordo com o tipo de câncer, o estágio da doença e as condições de saúde do paciente. Em geral, é comum que essas terapias sejam combinadas para um resultado mais satisfatório.
De acordo com a Portaria nº 874/2013, o tratamento do câncer pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é realizado pelas Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) ou pelo Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon), de forma regionalizada em todo o Brasil, incluindo a quimioterapia.
O que é a quimioterapia
Para entender o que é a quimioterapia, é importante compreender a natureza do câncer. Ele é uma doença – ou melhor, um conjunto de mais de 100 doenças – que provoca o crescimento desordenado das células. Com isso, elas se tornam muito agressivas e podem se espalhar pelos tecidos e pelos órgãos. Assim, seus tratamentos visam à eliminação do tumor (cirurgias), ao impedimento da multiplicação dessas células (radio e quimioterapia) ou à substituição das células doentes por outras saudáveis (transplante).
A quimioterapia é uma combinação de medicamentos que destroem as células cancerígenas, impedindo que elas se espalhem.
A administração da quimioterapia pode se dar de várias formas: via oral, intramuscular, intravenosa, subcutânea, intratecal (pela espinha dorsal) ou pela aplicação do medicamento sobre a pele na forma líquida ou de pomada.
Como a quimioterapia funciona no organismo e quais são os efeitos colaterais do tratamento
Assim que caem na corrente sanguínea, os medicamentos da quimioterapia são transportados para os órgãos e os tecidos e agem nas células de rápida multiplicação. Mas, ao contrário da radioterapia, aplicada de forma localizada no órgão ou na região afetada, a quimioterapia alcança todo o corpo.
Apesar de alguns pacientes apresentarem poucos ou nenhum efeito colateral advindo da quimioterapia, é justamente sua forma de atuação no corpo que ocasiona os principais deles: ao mesmo tempo em que agem nas células doentes, elas também impactam células saudáveis, principalmente aquelas de multiplicação rápida como as células da pele, as dos sistemas reprodutivo e digestivo, as dos folículos capilares e as da medula óssea.
Assim, o tratamento pode ocasionar o ressecamento da boca e da pele, perda de cabelo, vômito e náuseas, perda de apetite, anemia, queda das plaquetas, diminuição da defesa, infecções, sangramento, complicações neurológicas e musculares, dentre outros. Novamente, é importante reforçar que não há como prever quais serão os efeitos colaterais. Tudo vai depender do tipo de tratamento e do estado de saúde do paciente. Da mesma forma como dos acompanhamentos que ele realiza durante a terapia: nutricional, fisioterápico, etc.
Quanto tempo dura a quimioterapia?
A administração da quimioterapia pode se dar diariamente, semanalmente ou mensalmente, dependendo das necessidades do paciente. Da mesma forma, não existe um prazo específico para o tratamento terminar. Tudo deve ser analisado caso a caso pelo médico responsável. No entanto, as sessões costumam acontecer em ciclos, e, entre cada ciclo, há um período de descanso com a intenção de que o organismo se recupere.
Objetivando amenizar os efeitos colaterais da quimioterapia, é recomendado que o paciente mantenha sempre as unhas cortadas. Utilize cremes e óleos hidratantes, mantenha a casa limpa e arejada, evite banhos quentes e demorados, dê preferência a alimentos frescos e preparados no dia e siga uma dieta balanceada – de preferência, recomendada por um nutricionista especializado em Oncologia. Mas esses são apenas alguns cuidados gerais. As medidas mais específicas deverão ser indicadas pelo médico.
Além disso, algumas medidas de higiene são recomendadas durante as horas subsequentes à aplicação dos medicamentos. Isso para garantir a segurança das pessoas ao redor do paciente. São as seguintes:
- Lavar as mãos com cuidado após utilizar o banheiro ou entrar em contato com superfícies sujas.
- Pedir que os acompanhantes ou os visitantes usem luvas descartáveis para entrar em contato com líquidos corporais do paciente.
- Lavar bem o banheiro ou o recipiente que contenha vômito, caso isso aconteça.
- Dar preferência a utilizar um banheiro separado durante o tratamento ou lavar muito bem o banheiro após o uso.
- Descartar absorventes ou fraldas em um lixo separado.
Por se tratar de um dos mais tradicionais tratamentos contra o câncer, a quimioterapia costuma estar cercada de mitos. Como vimos, sua intensidade e impacto variam, e, recentemente, os medicamentos estão mais precisos e menos agressivos, permitindo que o paciente enfrente o tratamento com mais bem-estar.
Para se sentir seguro durante o tratamento, converse bastante com seu médico e, se possível, cerque-se do cuidado de outros especialistas, além do apoio de familiares e amigos.
Agora que você conhece as principais informações sobre a quimioterapia, leia também este post que preparamos sobre os Avanços da Radioterapia e da Quimioterapia.