O que são células-tronco? A importância dessas células superinteligentes
Até 2012, mais de um milhão de pacientes em todo o mundo foi submetido a tratamentos com células-tronco. Mas o que são células-tronco exatamente?
Você certamente já ouviu falar de células progenitoras hematopoiéticas, mais conhecidas como “células-tronco”. Cientistas descobriram sua existência e possibilidades de uso há algumas décadas e é possível tratar vários tipos de doenças e condições de saúde.
Até 2012, mais de um milhão de pacientes em todo o mundo foi submetido a tratamentos com células-tronco. Apenas nos Estados Unidos, em 2014, foram executados mais de 20 mil transplantes de células-tronco.
Mas o que são células-tronco exatamente? Como funcionam os tratamentos? Confira as respostas para essas e outras perguntas e entenda de onde vêm as células-tronco mais utilizadas.
O que são células-tronco
A célula-tronco é uma célula com a capacidade única de se desenvolver e se transformar em qualquer tipo de célula presente no corpo humano. Assim, pode substituir células e tecidos danificados ou perdidos em decorrência de doenças.
Imagine, por exemplo, os glóbulos vermelhos, que são especializados em carregar oxigênio pelo nosso corpo. Esse tipo de célula é muito importante para o funcionamento do nosso organismo, mas não tem capacidade de divisão. As células-tronco são capazes de substituir esses glóbulos vermelhos, curando doenças causadas por sua defasagem, como a leucemia.
Duas propriedades únicas das células-tronco permitem que elas sejam essa grande fonte de cura:
- Podem se dividir várias vezes (alta capacidade de multiplicação).
Enquanto se dividem, podem se transformar em outros tipos de células do corpo humano.
Diferentes tipos de células-tronco
Agora que aprendemos o que são células-tronco, vamos aprofundar um pouco mais e entender seus diferentes tipos. Existem três:
- Células-tronco embrionárias
- Células-tronco adultas
- Células-tronco pluripotentes induzidas
O que são células-tronco embrionárias
São as células responsáveis por se multiplicarem em novas células para um embrião, enquanto esse se desenvolve para se tornar um bebê. São pluripotentes, o que quer dizer que podem transformar-se em qualquer célula do corpo humano.
O que são células-tronco adultas
São células que se multiplicam para fornecer novas células a um organismo que está crescendo, substituindo células danificadas. São multipotentes, o que significa que só é possível se transformarem em alguns tipos de célula, como as do sangue ou as da pele.
Quando você se machuca e rala o joelho, por exemplo, as células-tronco adultas trabalham para repor o que foi danificado. Dessa forma, há a possibilidade de que tais células sejam encontradas em qualquer parte do corpo. Uma delas é a medula óssea, que pode ser recolhida de adultos para doação.
No entanto, há alguns casos em que sua eficácia para um tratamento se dê de maneira mais acertada, como as células-tronco do cordão umbilical. Há a perspectiva de essas serem coletadas no momento logo após ao parto e armazenadas para uso futuro. E, como não foram expostas a radiação, vírus e outros, têm potencial maior de multiplicação.
No caso da medula óssea, por exemplo, é preciso uma bateria de exames visando garantir que condições do doador não afetarão a saúde de quem vai receber o material.
O que são células-tronco pluripotentes induzidas
São células produzidas em laboratório. “Induzidas” porque são produzidas a partir de células normais adultas, reprogramadas para se tornarem células-tronco. Assim como as embrionárias, são pluripotentes, podendo se transformar em qualquer tecido ou célula necessária.
Confira uma demonstração da divisão das células-tronco:
Cada tipo de célula-tronco possui uma função e um nível de capacidade diferente. Mas de que maneira exatamente são úteis? Veja a seguir.
Como funcionam as terapias que envolvem as células
São muitos os usos de células-tronco. Elas são ferramentas importantes para a pesquisa científica, por exemplo, e nos ajudam a entender como funciona o processo de multiplicação e como se comportam diferentes células perante uma doença.
É possível entender o que faz uma célula ser programada para se transformar em outra e o que ocorre quando há uma doença, e esse processo não se dá como deveria. Dessa forma, há a probabilidade de entendermos como empregá-las na cura de diversas doenças.
Atualmente, as células-tronco adultas são usadas para tratar algumas condições, como talassemia (doença hereditária que resulta em anemia) ou perda de células-tronco sanguíneas em pacientes com câncer. Pessoas que sofreram queimaduras graves podem ter sua pele reconstituída por meio dessas células. Outra doença para a qual existe cura é a degeneração macular resultante da idade. Pessoas com essa condição podem perder a visão porque as células da retina pararam de funcionar. Por meio de células pluripotentes induzidas, podem-se substituir as danificadas.
No caso de doenças que exigem um transplante de órgão, por exemplo, é possível realizá-lo por meio de doadores. No entanto, existem chances de rejeição, já que o organismo o enxerga como algo estrangeiro. Mas, se o órgão for produzido a partir de células-tronco pluripotentes induzidas da própria pessoa, esse risco é bastante reduzido.
Nesse caso, as células provenientes do cordão umbilical cumprem um papel essencial. Vamos aprofundar um pouco mais o conhecimento sobre elas?
O que são células-tronco do cordão umbilical
O cordão umbilical é um material frequentemente descartado, que está cheio de células-tronco com alto potencial de multiplicação em vários tipos de tecido. Podem ser a cura para doenças como o câncer, a anemia e algumas desordens do sistema imune.
A coleta desse material é simples, até mais simples do que coletar células-tronco da medula óssea de adultos, e possui dez vezes mais células, com menos possibilidade de já carregarem doenças.
Para preservar esse rico material, você tem a opção de doar a um banco público, onde ficará disponível para uso da população geral, ou contratar um banco privado, onde poderá ser utilizada pelo próprio bebê para a cura de doenças.
A coleta funciona assim: logo que o bebê nasce, o médico prende o cordão em dois lugares, deixando um pouco de sangue preso no meio. Ele, então, corta o cordão e coleta o sangue da seção reservada. Nesse momento, o material é guardado e levado em segurança para um laboratório, onde passará por testes para ser criopreservado, ou seja, congelado de forma a conservar suas propriedades por muitos anos. O procedimento é feito em poucos minutos e é indolor tanto para a mãe quanto para o bebê.
Essas células-tronco podem ser utilizadas mais tarde visando solucionar diversas condições de saúde daquele bebê.
E, se quiser saber um pouco mais dos motivos para criopreservar o sangue do cordão umbilical, confira nosso material completo. Faça o download.