Teste do Pezinho: a importância para a saúde do bebê
Talvez ele seja a primeira prova de fogo para os papais e mamães, especialmente os de primeira viagem. Assistir ao Teste do Pezinho (a primeira coleta de sangue do recém-nascido) não é tarefa fácil, mas, além de obrigatório para todos os bebês, ele é extremamente importante para a saúde do seu filho.
Por meio do exame, é possível identificar muitas doenças genéticas e congênitas, permitindo o tratamento adequado com celeridade. Assim, são diminuídas as chances de o bebê desenvolver consequências graves originárias de doenças pré-existentes. No post a seguir, apresentamos mais detalhes sobre o Teste do Pezinho, como ele é realizado, quais doenças ajuda a diagnosticar e qual a diferença entre o Teste do Pezinho básico e o ampliado.
Como e onde pode ser feito o Teste do Pezinho
O Teste do Pezinho deve ser realizado logo na primeira semana de vida do bebê, mais especificamente entre o 3o e o 5o dia de vida. O exame é rápido e consiste na realização de uma pequena perfuração no pezinho do recém-nascido para a coleta de algumas gotinhas de sangue no calcanhar. Caso os pais percam o prazo de 5 dias, ainda é possível realizar o Teste do Pezinho até o 30o dia de vida do bebê. Logo após a coleta, a amostra é encaminhada para o laboratório de triagem neonatal aonde será feita a análise genética.
No Brasil, o Teste do Pezinho é gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e está amplamente disponível em todos os estados, podendo ser feito nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), além de hospitais e maternidades.
Saiba quais vacinas as gestantes devem tomar
É comum que os bebês chorem durante o Teste do Pezinho, o que causa receio em muitos pais. Mas é importante se lembrar que a dor é passageira e muito rápida. E os benefícios são para a vida toda.
Larissa Carvalho, jornalista, sabe bem disso. Recentemente, ela gravou uma palestra emocionante para o TED contando um pouco da história de seu filho Théo, de cinco anos. Apesar do nascimento “perfeito”, como ela conta, e da rápida alta da maternidade, aos cinco meses ele começou a demonstrar sinais de que estava menos firme que os outros bebês de sua idade com movimentos muito limitados. Théo não fez o Teste do Pezinho ampliado e Larissa não soube que ele tinha uma doença rara, chamada acidúria glutárica tipo 1, que impede que o corpo metabolize proteínas. Assim, ela continuou amamentando-o normalmente, causando a morte dos neurônios do pequeno, o que levou a um quadro de Paralisia Cerebral.
Assista à palestra de Larissa Carvalho
Doenças que podem ser diagnosticadas pelo Teste do Pezinho
Desde 2012, com a reformulação do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), o SUS passou a testar seis doenças com o Teste do Pezinho. São elas:
Fenilcetonúria:
Doença genética que leva ao acúmulo do aminoácido Fenilalanina (FAL) no sangue. Sem o diagnóstico precoce e o início do tratamento antes dos 3 meses de vida, a criança com Fenilcetonúria apresenta um quadro clínico caracterizado por atraso global do desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM), deficiência intelectual, comportamento agitado, convulsões, alterações eletroencefalográficas e odor característico na urina.
Hipotireoidismo congênito:
Incapacidade da glândula tireóide do recém-nascido em produzir quantidades adequadas de hormônios tireoideanos, que resulta na redução generalizada do metabolismo. Sem o diagnóstico e tratamento precoce, a criança pode ter o crescimento e desenvolvimento comprometidos.
Doença falciforme e outras hemoglobinopatias:
Causada por alterações na estrutura da Hemoglobina. O paciente afetado apresenta as seguintes alterações clínicas: anemia hemolítica, crises vaso-oclusivas, crises de dor, insuficiência renal progressiva, acidente vascular cerebral, maior susceptibilidade a infecções e sequestro esplênico. O ideal é que o tratamento seja iniciado antes dos quatro meses de vida.
Fibrose cística:
Uma das doenças hereditárias mais comuns, afeta especialmente os pulmões e o pâncreas, num processo obstrutivo causado pelo aumento da viscosidade do muco. Nos pulmões, esse aumento na viscosidade bloqueia as vias aéreas propiciando a proliferação bacteriana, o que leva à infecção crônica, à lesão pulmonar e ao óbito por disfunção respiratória. No pâncreas, quando os ductos estão obstruídos pela secreção espessa, há uma perda de enzimas digestivas, levando à má nutrição. Sintomas mais graves e complicações incluem a desnutrição, o diabetes, a insuficiência hepática e a osteoporose.
Hiperplasia adrenal congênita:
Engloba um conjunto de síndromes transmitidas geneticamente que se caracterizam por diferentes deficiências enzimáticas na síntese dos esteróides adrenais. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado melhoram o padrão de crescimento podendo normalizá-lo na grande parte dos casos. O tratamento deve, em geral, ser contínuo ao longo da vida.
Deficiência de biotinidase:
Doença metabólica hereditária na qual há uma alteração no metabolismo da biotina. Clinicamente, manifesta-se a partir da sétima semana de vida com distúrbios neurológicos e cutâneos tais como crises epiléticas, hipotonia, microcefalia, atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, alopécia e dermatite eczematóide. Nos pacientes com diagnóstico tardio observam-se distúrbios visuais e auditivos, assim como atraso motor e de linguagem.
(Fonte: Sistema Único de Saúde – SUS)
Conheça quais são as doenças mais comuns em bebês e como preveni-las
Teste do Pezinho básico ou expandido?
Além da versão básica, também é possível optar por Testes do Pezinho mais completos, que podem diagnosticar outras doenças, incluindo a acidúria glutárica, como no caso do bebê de Larissa Carvalho. No Brasil, o teste básico deve ser realizado em todo recém-nascido de forma obrigatória, conforme determinação do Ministério da Saúde. Outros tipos abrangem um número maior de exames, sendo cobertos pelos principais planos de saúde:
Este post esclareceu suas dúvidas sobre o Teste do Pezinho? Assim como o diagnóstico precoce e o rápido tratamento destas doenças podem dar mais qualidade de vida ao seu filho, outras doenças que ele pode vir a ter ao longo da vida podem ser tratadas por meio das células-tronco. Para entender melhor quais são elas e as vantagens de congelar células-tronco, baixe o nosso e-book gratuito.